Antico Affetto

Claudio Monteverdi

O italiano Monteverdi (1567—1643) foi o último grande madrigalista, certamente o maior compositor italiano da sua geração e um dos grandes operistas de todos os tempos. Uma das personalidades mais brilhantes e influentes de toda a História da Música.

Nasceu em Cremona, onde adquiriu a primeira formação musical como menino cantor no coro da Catedral de Cremona. Tornou-se um hábil organista e violinista, e publicou, com apenas 16 anos, o primeiro volume de Madrigais.

Entrou ao serviço do duque de Mântua como violinista. Foi nesta condição que acompanhou o duque nas suas incursões militares, e em Florença contactou com as primeiras óperas aí compostas.

Primeiro retrato de Monteverdi

Nas primeiras óperas florentinas ainda não havia uma modelação eficaz das personagens; Monteverdi revolucionou neste campo quando introduziu belos recitativos, mais expressivos, e árias que se adequavam perfeitamente aos estados psicológicos vividos pelas personagens.

E Monterverdi introduziu — o amor entre os seres humanos — como temática central das suas peças profanas, como na ópera Orfeo, Favola in Musica.

Entre os redescobridores de Monteverdi contamos Carl Orff (1924) e, mais tarde, Nikolaus Harnoncourt, que primou pela versão historicamente informada.

A sua excelência culmina nas óperas Il Ritorno d'Ulisse in Patria e L'incoronazzione di Poppea. Com Monteverdi a ópera deixa de ser uma «colagem» da música com o teatro e passa a ser uma construção bela e coesa, um estilo de direito próprio.

A obra de Monteverdi abrange géneros que vão desde música religiosa, madrigais, até à ópera, e prima pela originalidade de formas e ideias.

Monteverdi trabalhou intensamente os madrigais. O madrigal, género da Itá¡lia renascentista, musicava poemas de temática amorosa. Outros madrigais tinham temática unicamente religiosa. Em Veneza, em 1587, Monteverdi publicou o Primeiro Livro de Madrigais, a cinco vozes, e em 1590, o Secondo Libro de Madrigali.

Ao todo, Monteverdi editou oito Livros de Madrigais, mais um nono, editado postumamente, em 1651.

Os madrigais de Monteverdi destacam-se pela sua escrita expressiva, e por uma novidade que os separava dos madrigais quer de épocas pouco anteriores, quer de muitos madrigais compostos por outros compositores da época.

Os seus melhores madrigais serão os madrigais canónicos, e a sua obra prima neste domínio é Il combatimento di Tancredi e Clorinda. No campo da música sacra, Monteverdi é principalmente lembrado pelas suas Vésperas de 1610, ou Vespro della Beata Virgine, estreadas na basílica de São Marcos, em Veneza. A belíssima Selva Morale e Spirituale foi composta em 1640.

Monteverdi está entre as primeiras preferências dos membros do Ensemble L’Antico Affetto. Birgit Wegemann, por exemplo, integrou o espectáculo Acqua, Acqua, Acqua, um apresentação cénica do Oitavo Livro de Madrigais de Monteverdi, no teatro Kampnagel em Hamburgo, em Fevereiro de 2001; um encenação de Hans-Jörg Kapp.

Monteverdi influenciou profundamente vários compositores; um dos mais destacados é o alemão Heinrich Schütz.

Conheça o programa Pequeno Concerto Espiritual, com música de Heinrich Schütz, e outros.

Domenico Fetti: Retrato de Monteverdi, c. 1620

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